Há um
fenómeno curioso que se verifica em algumas zonas do país que o Moyle se escusa
de precisar por razões óbvias de não ferir susceptibilidades eventuais mas que
são a zona norte atlântica, norte interior e faixa atlântica entre ambas.
É ainda
possível que o mesmo fenómeno seja mais abrangente territorialmente. Contudo, a
actualmente circunscrita experiência do Moyle em termos de fruição paisagística
deste país à beira e mal plantado não lhe permite não se referir por prurido a
outras zonas de ocorrência fenoménica do aspecto que será clarificado no
próximo parágrafo, mas referindo-as ainda assim.
Consiste o
anunciado fenómeno na multiplicação dentro e fora de localidades - notando-se
embora uma maior recorrência dentro ou nas imediações de núcleos populacionais
- em zonas rurais e em zonas de perfil urbano - notando-se embora uma maior
recorrência em zonas rurais ou periurbanas - de umas hieráticas figuras
femininas que passam os seus dias à beira da estrada.
Para maior
precisão e melhor compreensão do fenómeno esclareça-se que estas figuras
femininas, que passam os seus dias à beira da estrada, trajam normalmente
vestidos de cores claras e deixam-se estar ali em pé, em exposição a todos os
tipos de olhares - os quais seria fastidioso e inconsequente elencar - quer do
povo autóctone quer de transeuntes.
Escusado
será dizer que não serão todas as mulheres, ou gente no geral, a ter estômago
para fazer da beira da estrada a sua ocupação diária, mas o facto é que este
fenómeno é bastante amplo e abrangente nas tais regiões do país que
naturalmente não se precisam mas sendo a norte litoral, a norte interior e a
faixa geográfica entre ambas.
Outra
curiosidade é o facto de, em muitos casos, estas senhoras não estarem expostas
à inclemência dos elementos abrigando-se nuns pequenos alpendres, ou
barraquinhas extremamente simples com quatro colunas e um tecto aparentemente
construídas propositadamente para proteger estas personagens de apanhar secas e
de precipitações de vária sorte. É que quando se passa de carro rotineiramente
por certas estradas lá estão elas, sempre nos mesmos locais precisos, faça
chuva ou faça sol.
O Moyle
imagina que estejam a pensar na falta de notabilidade da constatação de
existirem senhoras de saias que levam o seu dia-a-dia na beira da estrada, em
locais escolhidos, e que estejam a pensar ainda que essa existência nada tem de
fenomenal.
Na
realidade, o fenómeno não é propriamente esse, embora se compreenda que esta
treta que têm estado a ler seja equívoca nesse sentido. O fenómeno é na
realidade que, em certas zonas do país, que não se identificam aqui por
pruridos de bom-senso mas que são as zonas mais a norte do país, a estas
senhoras de beira da estrada se chamam nossas senhoras.
2 comentários:
Ah, até ao final estava a ser induzida em erro, e a pensar "mas aqui também as há". E é verdade que também há, mas essas senhoras, que são nossas, não são tantas como nesse norte. As outras... pois, não te sei dizer se estatisticamente são em maior ou menor número, até porque circulam muito mais... :)
Teté,
em abono da verdade, a definição de nossas aplica-se ao dois lados, mais ou menos [e ressalvo muito bem aqui o exagero deste postulado].
Fico contente por a indução em erro ter resultado :)
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