12/02/2008

Orgulho e Preconceito


Os norte-americanos são extremamente preconceituosos e isso veio ao de cima nas últimas eleições para a Presidência dos EUA. Todos os analistas políticos foram unânimes em ver nesta disputa eleitoral um momento fracturante na História e cultura americanas devido ao facto de, pela primeira vez, um preto poder ser presidente do país.
Esta perspectiva das coisas tem várias características e a principal é o ser estúpida. Os americanos não se preocupam em saber se um gajo é preto ou branco ou azul, desde que faça bem o seu trabalho, portanto, a campanha eleitoral nunca foi uma questão de origem étnica. A decisão do prélio residiu antes em outros factores, nomeadamente, a rabichice.
Se o preto ou o branco não interessam nada, o que decidiu verdadeiramente a última eleição foi a orientação sexual dos candidatos. Independentemente dos seus esforços, McCain nunca consegui esconder a sua verdadeira faceta de homensexual, capturada rapidamente pelos implacáveis media americanos.
Obama aparecia frequentemente com a família, a jogar basquete, numa pose não de macho mas sim de homem. McCain, pelo contrário nunca se consegui livrar daquela imagem de velhote tarado, que não sai do armário mas também não consegue esconder o que sente. Por outro lado, o facto de ter sido prisioneiro de guerra também não ajuda muito porque levou os americanos a pensar no seu comportamento nos momentos de aflição no cativeiro, imaginando-o a pensar «Já que vou bater a bota, também não quero ir sem experimentar!».
Do seu ponto altamente informado e impressionantemente perspicaz nada disto é surpreendente para o Moyle, pois se os comentadores concentraram a suas atenções no conservadorismo da sociedade americana em termos de origem étnica, o centro da discussão estava na sexualidade dos candidatos.
Não se preocupem porque não é preciso elogiar, nem agradecer. O Moyle já sabe.

6 comentários:

Teté disse...

Convenhamos que é uma interpretação muito... Moylisticus generis!

Como portuguesa tanto me faz que os dirigentes nacionais sejam brancos, amarelos, castanhos, às riscas, hetero, homo ou bi, homens ou mulheres, desde que sejam competentes no exercício do poder. Mas, OK, já sei que é pedir muito... :)

Moyle disse...

teté,

muito obrigado pelo elogio:)

políticos competentes? mais um bocado vinhas para aqui exigir pleno emprego, salários justos e reposição de poder de compra, fim da corrupção e do nepotismo, etc.

figas... cruzes canhoto... olha que a vida na Escandinávia é uma seca. os telejornais não têm nada com que fazer parangonas. não penses nisso:)

Jiminy_Cricket disse...

Oi Moyle,

Desculpa, mas tu acreditas que os americanos pensam? não imagino a o povo americano a entrar em conjecturas tão densas ;)

beijos

Moyle disse...

Jimini,

na realidade alinho contigo. a responsabilidade pelo brilhantismo dos argumentos apresentados é totalmente do Moyle. tratam-se, no entanto, de exercícios intelectuais que tentam trazer a luz da lógica coerente sobre o comportamento errático dos americanos:)

Sorrisos em Alta disse...

LOL

Mas... a ser verdade... os ANAListas não deviam torcer pelo McCain?
;o)

Moyle disse...

sorrisos,

só os que saíram do armário. diz-me quantos conheces que já assumiram! atenção, não estou a falar dos analistas que têm aspecto de, só aqueles verdadeiramente assumidos:)