1/22/2007

Futebol e Linguagem: introdução ao estudo de como é importante ouvir opiniões de indivíduos que embandeiram em arco, ou não.

Sendo um adepto incondicional de futebol, é preciso confessar que a parte que o Moyle mais aguarda num jogo de futebol é a flash-interview. No entanto, também durante o encontro, os grandes jornalistas e comentadores do futebol português oferecem excelentes momentos de entretenimento, especialmente quando o deixam a pensar um jogo inteiro sobre o significado de certas expressões que usam. Vejamos:
O que é um remate de trivela? O que é que isto quer dizer? Podem-me responder: ah e tal, é uma expressão brasileira. Pois é, então porque é que não deixamos de chamar guarda-redes e passamos a chamar goleiro (nem o Word aceita esta palavra)? Ou em vez de defesa central, passamos a chamar zagueiro, ou quando há um canto dizemos que é um escanteio. Quando muito poderíamos chamar um remate de candelabro de três velas (as velas que a mãe do Quaresma acende para ver se ele consegue marcar um golo de candelabro).
Uma outra expressão usada amiúde pelos jornalistas é: um tudo-nada. Esta expressão é ouvida cerca de 10/15 vezes por jogo com o sentido de dizer que alguma coisa passou muito perto de outra (por exemplo: a bola passou um tudo-nada entre as pernas do Ricardo). Mas é tudo ou é nada? Onde é que foram buscar esta expressão? O que é isto? Será que é mais um brasileirismo? Se é, agora começo a perceber porque é que contrataram a mulher do Jardel para apresentar um programa na SportTv (a primeira vez pensava que estava na SIC Radical e tinha voltado a dar o Nutícias).
A próxima expressão é decididamente a melhor: embandeirar em arco! Mesmo sendo o Moyle um não crente, é altura para perguntar a Deus o que é isto! Embandeirar quer dizer ornamentar de bandeiras. Assim, seria ornamentar um arco com bandeiras o que logicamente nunca foi visto num jogo de futebol, nem em lado nenhum porque só se embandeiram mastros. Esta expressão faria algum sentido se fosse embandeirar em varanda ou em janela, obviamente depois da chegada do Scolari.
Passando agora às flash-interview - porque dissecar cada expressão do futebol português faria do Moyle um verdadeiro expert na matéria e correria com isso o risco de pôr a carne-toda-no-assador - é sempre um prazer ouvir o Quaresma a citar sistematicamente Reinaldo Teles (quando este levava aqueles certos e determinados senhores ao mercado de abastecimento comprar fruta fresca), pois quer a equipa ganhe quer perca, há que levantar a cabeça e continuar a trabalhar.
Não podemos esquecer aquele senhor de risco ao meio, cujas análises futebolísticas são sempre autênticos tratados de desportivismo, e de direito, porque consegue inferir a justiça dos resultados de uma maneira deveras eloquente. É que a sua equipa faz sempre grandes exibições, até podia perder por 15-0 que o resultado seria absolutamente injusto porque dominámos o jogo e tivemos mais oportunidades que o adversário, foi pena ele ter concretizado 15 das 16 oportunidades. Merecíamos no mínimo ganhar 16-15.
Muito bom também é ouvir o Ricardo, esse grande guarda-redes, com a sua vozinha de quem sofreu um profundo corte no escroto. Recordemos, por exemplo, o último jogo com o FCP, em que o jornalista o interpelou sobre o galináceo que por lá apareceu na capoeira (já várias vezes confundida com a Lusiaves) vindo do nada, pergunta à qual o Ricardo deixou a resposta ao critério do jornalista. Ó Ricardo, pensa lá um bocadinho, se ele te estava a perguntar se tinhas responsabilidades no golo é porque já estava a dizer que era um… frango!
Arrepiante torna-se ver o Petit aparecer nas câmaras quando é entrevistado sem o açaime. Por acaso, sempre que vem ele à entrevista rápida é para pedir desculpa aos adeptos pelo resultado. O Moyle gostaria um dia de perguntar ao Petit (em vídeo-conferência) se ele antes dos jogos come favas? É que o desgraçado do João Ferreira (árbitro do jogo Boavista – Benfica) levou com um litro dessa leguminosa, parecendo-me mesmo, embora ao longe, tratar-se até de fava-cavalinha.
Por fim, temos que destacar o treinador do Paços de Ferreira, que nos deixa sempre na dúvida se é realmente o treinador da equipa de futebol ou se é um caixa ou repositor dos supermercados Plus.O Moyle, enfim, fica por aqui, neste breve estudo, prometendo novas investidas nesta área de investigação ainda tão primitiva…

1 comentário:

Anónimo disse...

Para mim este estudo está um tudo nada incompleto, no entanto, há que levantar a cabeça e continuar a trabalhar e, claro, não embandeirar em arco!...

Saudações Benfiquistas!

SR

P.S. Gostei do 15 a 0, mas talvez a culpa tenha também sido do Arbitro