Dois momentos, que talvez tenham passado despercebidos à maioria, revelaram-se ao Moyle como dois axiomas matriciais do que é Portugal.
O primeiro foi a demolição da Azinhaga dos Besouros, um bairro da lata em Sintra. O segundo momento foi a entrada de Luís Filipe Menezes ao som da banda sonora da bi-trilogia Star Wars, para um almoço/comício em Gaia. O que sugere tudo isto? Bem, vivemos no país da Fantasia.
O nome do bairro da lata demolido, por si só, é revelador. Parece, ou não parece, um nome retirado de uma qualquer rua do Spirou e Fantásio, por exemplo? Claro que parece, a questão era retórica. Se fizermos o mesmo exercício com outros aspectos da vida portuguesa chegamos a conclusões, no mínimo, curiosas.
A cultura em Portugal é, com poucas diferenças, o país dos Estrumpfes. Pequenino, monocromático e onde toda a gente vive no seu pequeno cogumelo. Os Estrumpfes da cultura portuguesa andam há anos a fugir de um Gargamel e do seu gato Azrael, que não existem, e os querem usar para fazer ouro, embora não se saiba muito bem como. A principal diferença é que no caso português são todos Resmungões e não há Estrumpfinas.
As finanças públicas são como o Tom Sawyer. Há sempre um Sid, muito atinadinho, que faz os trabalhos de casa, mas Tom foge sempre para ir brincar com os amigos e nadar para o rio, entrando e saindo pela janela para ninguém se aperceber. Mas a Tia Polly lá está para lhe dar uns açoites, chamando-o à atenção, que tem que se emendar. Mas no dia seguinte arranja-se mais um esquema para fugir de novo.
Já o Governo funciona como a Branca de Neve e os Sete Anões. Estes andam a esburacar tudo o que podem em busca de ouro para que a Branca de Neve enterre de novo, mas em aeroportos e em CUPMR (Comboios Um Pouco Mais Rápidos). Agora que chegou o Príncipe Encantado à presidência tudo corre bem, ainda para mais quando a Bruxinha Má da Oposição tem maçãs mas não tem veneno.
O futebol português varia consoante o ângulo de observação. Para Pimenta Machado, autor da célebre máxima «O que hoje é verdade manhã é mentira», o futebol português é os Transformers, para os empresários e os dirigentes será mais As Maravilhosas Cidades de Ouro, para quem acompanha o processo Apito Dourado será o He-Man, sendo que o Príncipe Adam (Luís Filipe Vieira) tenta defender o Planeta Eternia (Verdade Desportiva) do terrível Skeleton (Pinto da Costa). E quem não fica tentado em ver no Ministro da saúde um autêntico Dr. Cão? E não será Mário Lino, ministro das obras públicas, um autêntico Bob, o Construtor? E não deverá ser a Antram a defender os interesses de Noddy? Novamente questões retóricas de resposta obviamente afirmativa.
Já no segundo dos aspectos, a entrada de Menezes ao som do tema de Star Wars, leva-nos a divagações quiçá interessantes. Se Luís Filipe Menezes é um cavaleiro Jedi, Marques Mendes será um Ewok – que são engraçados mas não servem para nada – Santana Lopes, representando o lado negro da Força, Darth Vader, devido à sua capacidade de constatar o óbvio, diplomacia e aspecto luzidio, Marcelo Rebelo de Sousa daria um interessante 3PO e, não fora a diferença de tamanho, Cavaco Silva daria um extraordinário Mestre Yoda, rígido, detentor da verdade e da Força, mastigando um bocado as palavras, mas que se revela felino quando as circunstâncias a isso obrigam. À imaginação dos nossos leitores deixaremos a atribuição do lugar do senador Palpatine, da Princesa Leia, da Rainha Amidala e de Chewbacca.Por tudo isto e pela quantidade de vezes que as pessoas vão dizendo «não é possível», «isto é inacreditável», «não lembraria nem ao Diabo», julga o Moyle que tocou, verdadeiramente, num aspecto central para a compreensão daquilo que é mesmo Portugal. A única diferença entre Portugal e a Fantasia é que por aqui normalmente não acaba sempre tudo bem, e os vilões acabam sempre por ganhar.
O primeiro foi a demolição da Azinhaga dos Besouros, um bairro da lata em Sintra. O segundo momento foi a entrada de Luís Filipe Menezes ao som da banda sonora da bi-trilogia Star Wars, para um almoço/comício em Gaia. O que sugere tudo isto? Bem, vivemos no país da Fantasia.
O nome do bairro da lata demolido, por si só, é revelador. Parece, ou não parece, um nome retirado de uma qualquer rua do Spirou e Fantásio, por exemplo? Claro que parece, a questão era retórica. Se fizermos o mesmo exercício com outros aspectos da vida portuguesa chegamos a conclusões, no mínimo, curiosas.
A cultura em Portugal é, com poucas diferenças, o país dos Estrumpfes. Pequenino, monocromático e onde toda a gente vive no seu pequeno cogumelo. Os Estrumpfes da cultura portuguesa andam há anos a fugir de um Gargamel e do seu gato Azrael, que não existem, e os querem usar para fazer ouro, embora não se saiba muito bem como. A principal diferença é que no caso português são todos Resmungões e não há Estrumpfinas.
As finanças públicas são como o Tom Sawyer. Há sempre um Sid, muito atinadinho, que faz os trabalhos de casa, mas Tom foge sempre para ir brincar com os amigos e nadar para o rio, entrando e saindo pela janela para ninguém se aperceber. Mas a Tia Polly lá está para lhe dar uns açoites, chamando-o à atenção, que tem que se emendar. Mas no dia seguinte arranja-se mais um esquema para fugir de novo.
Já o Governo funciona como a Branca de Neve e os Sete Anões. Estes andam a esburacar tudo o que podem em busca de ouro para que a Branca de Neve enterre de novo, mas em aeroportos e em CUPMR (Comboios Um Pouco Mais Rápidos). Agora que chegou o Príncipe Encantado à presidência tudo corre bem, ainda para mais quando a Bruxinha Má da Oposição tem maçãs mas não tem veneno.
O futebol português varia consoante o ângulo de observação. Para Pimenta Machado, autor da célebre máxima «O que hoje é verdade manhã é mentira», o futebol português é os Transformers, para os empresários e os dirigentes será mais As Maravilhosas Cidades de Ouro, para quem acompanha o processo Apito Dourado será o He-Man, sendo que o Príncipe Adam (Luís Filipe Vieira) tenta defender o Planeta Eternia (Verdade Desportiva) do terrível Skeleton (Pinto da Costa). E quem não fica tentado em ver no Ministro da saúde um autêntico Dr. Cão? E não será Mário Lino, ministro das obras públicas, um autêntico Bob, o Construtor? E não deverá ser a Antram a defender os interesses de Noddy? Novamente questões retóricas de resposta obviamente afirmativa.
Já no segundo dos aspectos, a entrada de Menezes ao som do tema de Star Wars, leva-nos a divagações quiçá interessantes. Se Luís Filipe Menezes é um cavaleiro Jedi, Marques Mendes será um Ewok – que são engraçados mas não servem para nada – Santana Lopes, representando o lado negro da Força, Darth Vader, devido à sua capacidade de constatar o óbvio, diplomacia e aspecto luzidio, Marcelo Rebelo de Sousa daria um interessante 3PO e, não fora a diferença de tamanho, Cavaco Silva daria um extraordinário Mestre Yoda, rígido, detentor da verdade e da Força, mastigando um bocado as palavras, mas que se revela felino quando as circunstâncias a isso obrigam. À imaginação dos nossos leitores deixaremos a atribuição do lugar do senador Palpatine, da Princesa Leia, da Rainha Amidala e de Chewbacca.Por tudo isto e pela quantidade de vezes que as pessoas vão dizendo «não é possível», «isto é inacreditável», «não lembraria nem ao Diabo», julga o Moyle que tocou, verdadeiramente, num aspecto central para a compreensão daquilo que é mesmo Portugal. A única diferença entre Portugal e a Fantasia é que por aqui normalmente não acaba sempre tudo bem, e os vilões acabam sempre por ganhar.
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