11/01/2006

O Caso Mateus

As campanhas de intoxicação da opinião pública portuguesa sucedem-se a um ritmo alucinante, com os factos a serem trocados diariamente pelos mais inverosímeis desvarios. O mais recente é o denominado “Caso Mateus” que, como não podia deixar de ser, chegou ao público deturpado e quase tão despido de verdade como os orçamentos da coligação PSD/CDS, ou as promessas eleitorais do Eng. Sócrates.
O jogador de futebol Mateus, que assinou pelo Gil Vicente, é, como se sabe, angolano. O que poucos sabem é que se envolveu emocionalmente com a filha de Cabral Ferreira, presidente d’Os Belenenses. O cerne da questão reside em certos e determinados estragos provocados pela “africanidade” de Mateus, em zonas algo sensíveis da infeliz. Ora, Cabral Ferreira, sentindo-se ofendido na sua dignidade pela separação do casal, condoendo-se dos pontos que a filha teve que levar e o embaraço inerente, magicou uma jigajoga pseudo-jurídica, para desviar as atenções do que se passou. Refira-se o engenho do raciocínio do belenense, na medida em que, enquanto “A Bola” e o “Record” falassem no assunto, “A Maria” e o “24 Horas”não meteriam o bedelho. E Cabral Ferreira sabia que o Conselho de Justiça iria reconhecer a sua incompetência no caso e reencaminhá-lo-iam para Dra. Marta Crawford e o caso morreria ali.
A coisa complicou-se e atingiu proporções imprevistas por dois motivos. O Leixões queixou-se à FIFA de que o Gil Vicente teria tirado partido de uma irregularidade para obter resultados desportivos, ou seja, jogou com um jogador com três pernas. A FIFA nunca daria andamento à coisa, caso contrário todas as selecções, equipas e jogadores africanos teriam de ser afastados do desporto-rei, o que seria obviamente uma catástrofe desportiva e humanitária. Por outro lado, especialistas da FIFA defendem que o “efeito tripé” (ou pé-de-galo) prejudica mais do que ajuda.
O segundo motivo que levou ao empolamento indesejado deveu-se ao facto da Federação Portuguesa de Futebol se ter metido barulho. Embora ninguém a tenha visto, muitos sabem que Gilberto Madaíl, presidente da FPF tem uma filha, um verdadeiro canhão. Diz-se que a pobre é a cara chapada do pai, barbicha inclusive. A pequena tem andado deprimida por ninguém lhe pôr a mão, pelo que o pai zeloso, ao saber das propriedades do jovem Mateus, tentou que ele desse o “jeitinho”, para ver se a filha arrebitava. Como o jogador não é parvo, nem pertence a nenhuma obra de caridade, recusou-se a fazer o tal “jeitinho” e daí advieram as ameaças desportivas ao Gil Vicente, como se tem visto.

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