4/19/2010

Hamelin sem Ratos nem Flauta

Das teorias extraordinárias que existem, uma das mais extraordinárias é a biomusicologia. A biomusicologia é, na prática, um vasto somatório de conceitos, desde a mecânica quântica até à música, saladarrussamente amalgamados. No fundo, os biomusicólogos defendem a noção de que tudo o que existe é composto por partículas atómicas que, como todos sabemos, estão em movimento, sendo todos os seres vivos e não vivos influenciados, e influenciáveis, pela vibração do movimentos desses átomos. Ora, sendo a música uma combinação voluntária de vibrações, tudo o que existe - calhaus também porque os átomos que compõe os calhaus estão igualmente em movimento - é influenciado pelas vibrações musicais, de onde o conceito de biomusicologia.
À primeira vista, e não querendo negar à partida uma ciência que não conhece, o Moyle quase sucumbe à tentação de afirmar que, aos génios que desenvolveram esta pérola, fazia falta, precisamente, uma boa dose de vibração. Mas não vamos por aí, até porque o Moyle vivenciou uma experiência extraordinária, com a música como agente influenciador do comportamento.
Tudo sucedeu depois do yours truly ter ouvido uns trechozinhos de Wagner [mais que isso não, pois a paciência não dá para tudo], de forma totalmente alheada e inocente, naquela onda de "a música pela música" e tal. Então não é que o Moyle, e olhem que não vê a ponta de uma haste de alemão e mesmo de música percebe pouco, mal acabou a música, teve uma quase irreprimível vontade de comer salsichas e beber cerveja por canecas de litro? E o pior não é isso, o pior foi o ímpeto quase incontrolável de ir à procura de estudantes de Erasmus polacos para lhes invadir a casa.
Só vos digo uma coisa, ainda bem que não há nenhuma sinagoga aqui nas redondezas senão não sei o que poderia ter acontecido.

10 comentários:

Clara Umbra disse...

Sentiste, portanto um wolksgeist dentro de ti, mas versão culinária. Hum... tu és mais Bakunin do que Wagner...

Clara Umbra disse...

Qu'horror, falta uma vírgula depois de "portanto"! :)

ipsis verbis disse...

Não me admirava nada que Wagner,
exegeta controverso, (fui pesquisar sobre o senhor, claro)tivesse composto óperas com mensagens subliminares!

Carlos Paiva disse...

Pá... vi dois gajos a sair do McDonalds de mãos dadas e aos beijinhos...

Tu comes hamburguers?


Wagner, Apocalypse Now, Anti-semitismo. Nothing is sacred anymore. Snif...

Teté disse...

Bom, uma experiência do género já foi efectuada em cães, por um tal de Pavlov...

Só comprovaste a teoria dele! :)

Moyle disse...

Clara,

bem, não sei se gostaria de ver o porquê explicado. no entanto, imagino-me uma mescla dos dois. muita emoção sem trelas [isto soa muita mal mesmo (o muita é de ênfase, daí a ortografia)] :)

Moyle disse...

Clara,

quando li qu'horror pensei que tivesses partido uma unha nas teclas, mas afinal foi bem mais grave, foi um violeno episódio de saramaguite :)

Moyle disse...

ipsis,

sim, o gajo era um estudioso do caraças da mitologia alemã, do pangermanismo, o questionamento da matriz cultural judaico-cristã nitzscheana, etc. etc. etc., mas quanto a mensagens subliminares não faço a mínima. sei que fazia música, e escrevia libretos, para excitar e incitar, pelo que a subliminaridade nos seus trabalhos é possível e até provável.

Moyle disse...

Shadow,

se como hamburgers ou não é pouco relevante. no entanto aposto que os dois que viste vão ao McDonalds mas preferem pizzas...

vacas sagradas já não há. o Moyle, pelo menos, vai tentando contribuir para isso.

Moyle disse...

Teté,

nem me fales nesse gajo. no outro dia babei uma camisola toda sem perceber porquê. quando dei conta estavam a tocar à campaínha :)