Ontem à noite, no programa "Aqui e Agora", da Sic, um dos convidados do painel, o Nobel do "Caso Maddie" Francisco Moita Flores, mostrou uma faceta, até agora, menosprezada, ou seja, a aplicação da sua competência como sexólogo à economia mundial.
Mesmo tendo em consideração que a polivalência do autarca/ dramaturgo/ guionista/ escritor/ comentador/ podador/ caçador de perdizes/ capador de porcos e cozinheiro se encontra já no patamar do lendário, não deixou de ser surpreendente tal faceta, que o Moyle não lhe conhecia.
Ao afirmar que «o tempo da autosatisfação ainda não acabou», Francisco Moita Flores lançou um forte apelo de solidariedade social para com as práticas sexuais individuais, alvo de um telúrico, mas tenaz, preconceito social. É possível ler nas entrelinhas da afirmação de Moita Flores a denúncia dos falsos moralismos da hipócrita sociedade portuguesa, em que todos desdenham da auto-satisfação mas, ao invés, todos a praticam.
Tão poderosa intervenção surgiu no contexto de um programa dedicado aos reflexos da crise dos mercados internacionais relevando, uma vez mais, a extraordinária agilidade e competência intelectual do autarca escalabitano que, desta forma, afirmou, à saciedade, o carácter axiológico das práticas masturbatórias no normal funcionamento das sociedades desenvolvidas. Veja-se que a afirmação «o tempo da autosatisfação ainda não acabou» é uma mensagem positiva, incitadora da continuidade de umas das grandes liberdades do Ocidente e que, quando pela repressão cultural e o falso moralismo das sociedades, tal prática é posta em causa o caos instala-se e todo o mundo sofre. Como afirmou Woody Allen, a masturbação é a prática sexual com a pessoa de que mais se gosta e, no seguimento desse raciocínio, podemos extrapolar para a questão de, na medida em que não se encontram aliviados e satisfeitos, os agentes financeiros mundiais procuram em factores exógenos a satisfação que antes ofereciam a si próprios, individualmente.
No fim de contas, a culpa de tamanha confusão internacional é de um pequeno grupo de pessoas situado na cópula dos sistemas financeiros que, ao abandonar tão salutares comportamentos, viu na especulação bancária e a procura desenfreada de lucros pouco escrupulosos um substituto natural.
Contactado, pelo Moyle, o director de uma entidade bancária com peso mundial - entidade tipo um Miguel Veloso com crédito - que pediu anonimato, admitiu que, por ter sido apanhado na casa de banho do seu banco a «esgalhar uma», desenvolveu um trauma tão grande que só a transacção de "activos tóxicos" aliviou a sua tensão.
Já estamos à espera de ver os mais puritanos demagogos apontar, sem qualquer preocupação de solidez argumentativa e sem quaisquer pruridos de ordem ética, que, na maioria dos casos, as pessoas com capacidade de decisão nestas matérias são casadas, unidas de facto, amigas e/ou amancebadas, pelo que tal argumento relativo à autosatisfação é extremamente falacioso e incongruente. É ridícula tal sugestão na medida em que, como todos sabemos, uma coisa não impede a outra, complementando-se antes.
Filosoficamente, podemos entrever nesta brilhante intervenção de Moita Flores uma reafirmação sonora do individualismo, da procura individual da felicidade, da liberdade dos homens (e mulheres claro, estamos aqui a falar da humanidade). Não é de menosprezar este aspecto pois, numa época de forte contestação ao modernismo [não é à toa que estamos já no pós-modernismo há uns tempos], Moita Flores levanta uma voz isolada, mas sonora em defesa de princípios básicos do humanismo, tão frequentemente esquecido, e que eram umas mais importante conquistas e ofertas do modernismo à posterioridade.
Não pode igualmente ser escamoteado o teor político e interventivo da mensagem de Moita Flores, com os dirigentes portugueses como alvo. "Autosatisfaçam-se mais e não f***am tanto os portugueses" pode entreler-se em tão forte intervenção.
Umas palavras finais relativamente a Moita Flores. Sendo a autosatisfação tão importante na sanidade e bom funcionamento das sociedades, onde vai buscar Moita Flores tempo para ela, visto parecer dotado de ubiquidade televisiva e ainda ser autarca? Ora, nas sábias palavras de Pinto da Costa - aquele que sabe ler e escrever, não leva empresas à falência e usa barba - qualquer comunicação com mais de meia dúzia de minutos é «masturbação intelectual», o que explica o à vontade e aspecto saudável e bem disposto de Moita Flores. De facto, pelo contrário, com tanta comunicação que faz arrisca-se a nascer-lhe pêlo nas meninges, fazendo aqui uma pequena chalaça com o preconceito com que se ameaçavam os jovens portugueses que atingiam a puberdade.
Mesmo tendo em consideração que a polivalência do autarca/ dramaturgo/ guionista/ escritor/ comentador/ podador/ caçador de perdizes/ capador de porcos e cozinheiro se encontra já no patamar do lendário, não deixou de ser surpreendente tal faceta, que o Moyle não lhe conhecia.
Ao afirmar que «o tempo da autosatisfação ainda não acabou», Francisco Moita Flores lançou um forte apelo de solidariedade social para com as práticas sexuais individuais, alvo de um telúrico, mas tenaz, preconceito social. É possível ler nas entrelinhas da afirmação de Moita Flores a denúncia dos falsos moralismos da hipócrita sociedade portuguesa, em que todos desdenham da auto-satisfação mas, ao invés, todos a praticam.
Tão poderosa intervenção surgiu no contexto de um programa dedicado aos reflexos da crise dos mercados internacionais relevando, uma vez mais, a extraordinária agilidade e competência intelectual do autarca escalabitano que, desta forma, afirmou, à saciedade, o carácter axiológico das práticas masturbatórias no normal funcionamento das sociedades desenvolvidas. Veja-se que a afirmação «o tempo da autosatisfação ainda não acabou» é uma mensagem positiva, incitadora da continuidade de umas das grandes liberdades do Ocidente e que, quando pela repressão cultural e o falso moralismo das sociedades, tal prática é posta em causa o caos instala-se e todo o mundo sofre. Como afirmou Woody Allen, a masturbação é a prática sexual com a pessoa de que mais se gosta e, no seguimento desse raciocínio, podemos extrapolar para a questão de, na medida em que não se encontram aliviados e satisfeitos, os agentes financeiros mundiais procuram em factores exógenos a satisfação que antes ofereciam a si próprios, individualmente.
No fim de contas, a culpa de tamanha confusão internacional é de um pequeno grupo de pessoas situado na cópula dos sistemas financeiros que, ao abandonar tão salutares comportamentos, viu na especulação bancária e a procura desenfreada de lucros pouco escrupulosos um substituto natural.
Contactado, pelo Moyle, o director de uma entidade bancária com peso mundial - entidade tipo um Miguel Veloso com crédito - que pediu anonimato, admitiu que, por ter sido apanhado na casa de banho do seu banco a «esgalhar uma», desenvolveu um trauma tão grande que só a transacção de "activos tóxicos" aliviou a sua tensão.
Já estamos à espera de ver os mais puritanos demagogos apontar, sem qualquer preocupação de solidez argumentativa e sem quaisquer pruridos de ordem ética, que, na maioria dos casos, as pessoas com capacidade de decisão nestas matérias são casadas, unidas de facto, amigas e/ou amancebadas, pelo que tal argumento relativo à autosatisfação é extremamente falacioso e incongruente. É ridícula tal sugestão na medida em que, como todos sabemos, uma coisa não impede a outra, complementando-se antes.
Filosoficamente, podemos entrever nesta brilhante intervenção de Moita Flores uma reafirmação sonora do individualismo, da procura individual da felicidade, da liberdade dos homens (e mulheres claro, estamos aqui a falar da humanidade). Não é de menosprezar este aspecto pois, numa época de forte contestação ao modernismo [não é à toa que estamos já no pós-modernismo há uns tempos], Moita Flores levanta uma voz isolada, mas sonora em defesa de princípios básicos do humanismo, tão frequentemente esquecido, e que eram umas mais importante conquistas e ofertas do modernismo à posterioridade.
Não pode igualmente ser escamoteado o teor político e interventivo da mensagem de Moita Flores, com os dirigentes portugueses como alvo. "Autosatisfaçam-se mais e não f***am tanto os portugueses" pode entreler-se em tão forte intervenção.
Umas palavras finais relativamente a Moita Flores. Sendo a autosatisfação tão importante na sanidade e bom funcionamento das sociedades, onde vai buscar Moita Flores tempo para ela, visto parecer dotado de ubiquidade televisiva e ainda ser autarca? Ora, nas sábias palavras de Pinto da Costa - aquele que sabe ler e escrever, não leva empresas à falência e usa barba - qualquer comunicação com mais de meia dúzia de minutos é «masturbação intelectual», o que explica o à vontade e aspecto saudável e bem disposto de Moita Flores. De facto, pelo contrário, com tanta comunicação que faz arrisca-se a nascer-lhe pêlo nas meninges, fazendo aqui uma pequena chalaça com o preconceito com que se ameaçavam os jovens portugueses que atingiam a puberdade.
6 comentários:
Que pena não ter visto... um programa, ao que contas, tão lúdico (?!)!
Tens razão, o homem quando fala, de todos os temas e mais alguns, parece estar a dar uma lição à humanidade, ou, pelo menos, a alunos assim pouco dotados de cérebro.
E ele capa porcos e caça perdizes??? Na verdade, o personagem é um poço de surpresas e de sabedoria. Mas isso não impede que goste de o ler, que, por acaso, gosto bastante... ;)
Jinhos e bom fim de semana para ti!
teté,
atenção que o Moita Flores só proferiu aquela afirmação assinalada pelas aspas e o que acabaste de ler é sobretudo uma extrapolação muito bem informada e fundamentada assente nessa mesma afirmação.
não sei se ele capa porcos e caça perdizes mas acho que só lhe falta isso:) nunca li nada dele e acho que não estará para muito breve:)
bom fim de semana também para ti.
Sempre que o vir (salvo seja) na televisão, vou achar que ele está a falar e, ao mesmo tempo, a bater uma debaixo da secretária!!
Que linda imagem.... Obrigado, Moyle!
Posto isto, onde se lê «(...)a culpa de tamanha confusão internacional é de um pequeno grupo de pessoas situado na cúpula dos sistemas financeiros (...)», não se deverá ler « (...)a culpa de tamanha confusão internacional é de um pequeno grupo de pessoas situado na cópula dos sistemas financeiros (...)»?
sorrisos,
a ver se não te fiz um favor. naquele emoção "será, não será?" vais conseguir ver as entrevistas e ouvir os comentários até ao fim, embora seja previsível que não fixes nadinha do que ele disser.
de nada:)
clara,
devidamente anotado e em bom tempo corrigido. Bem hajas:)
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