7/10/2008

Cowboys do Empedrado

Em situações de crise – o que corresponde a 360 dias por ano nalguns países de terceiro mundo – a primeira coisa que a população faz é vir para a rua apanhar calhaus do chão e desatar à pedrada a tudo o que mexe e, sobretudo, se o que mexe vestir qualquer coisa que se assemelhe a uma farda policial.
O que fazer para promover a paz e a estabilidade social nestes países? Enviar os “Capacetes Azuis”? Injectar milhões na economia e elevar o nível de vida? Aumentar os índices de emprego? Não.
A melhor forma de acabar com a agitação social no 3º Mundo é alcatroar as estradas!

Adenda: Comparem com a situação portuguesa posterior ao 25 de Abril de 1974. O fim da agitação social coincide com o investimento em alcatrão por esse país fora. Coincidências? Não vão nisso!

14 comentários:

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

deixa que te diga que ainda existem muitas ruas que ao invés de parecerem alcatroadas parecem é auutênticos pedrados tal é a quantidade de pedras que nelas existe! hehehehehehe

Um abraço

TENHO DITO

Teté disse...

Ah, assim está explicado! Puseram o alcatrão, por ser mais difícil de lhe arrancar pedaços para acertar na tola de alguém, né?

As coisas que o Moyle nos ensina... :)))

Jinhos e continuação de boas férias!

Jiminy_Cricket disse...

Oi Moyle,

E quando se constroi uma auto-estrada? é o deliriooooooo!!!!

Eh pá! eu também gostava de ser divindade e ter 30 dias de férias, depois "ai e tal, isto de ser divindade é dificél" sei....

beijos

Anónimo disse...

Sous les pavés, la plage!
O alcatrão pode uniformizar-nos e disfarçar-nos, mas não nos pode calar. Um outro mundo é possível.
Clara-Utópica-Revolucionária

Moyle disse...

poeta,

pedras é realmente o que há mais para aí a circular. pedras de vários tipos. por vezes até parece que são calhaus que nos governam e, pior que isso, calhaus pedrados.

Moyle disse...

teté,

ora aqui está o tão celebrado serviço público que o Moyle não se cansa de anunciar :)

Moyle disse...

teté,

ah, e ainda não estou de férias.se tudo correr bem está para breve, mas ainda não estou:)

Moyle disse...

jimini,

com um bocadito de sorte até terei uns 40 dias, ou mais, mas a vida de divindade continua muito complicada. sofre-se muito...

Moyle disse...

clara,

é como está escrito numa parede em Coimbra:

«Não há Revolução por falta de revolucionários. Razões há de sobra!»

e que mundo é esse? acredito que pode ser melhor, mas melhor para quem?

Anónimo disse...

«Que mundo é esse?» Ui, … isso é uma grande volta (como diziam os Gato).
E o que nos aconteceu? Há meia dúzia de meses desconsiderávamos os blogues que discutiam se o governo iria ou não cair nos idos de Março (http://a494metrosdealtitude.blogs.sapo.pt/15040.html?thread=73920#t73920) e agora é socialismo utópico para aqui e estrelinha zapatista-rageana para ali?! :)

Moyle disse...

clara,

tristes de nós. joguetes nas mãos do destino. oh, venham as parcas cortar-nos os fios e tecer-nos novos rumos que nós não podemos.

Anónimo disse...

As Parcas...! :) A minha favorita sempre foi a Láquesis...

E isso dos fios e dos rumos e da Láquesis fez-me lembrar (e ir procurar!) um belo poema da Sophia:

Deus escreve direito por linhas tortas
E a vida não vive em linha recta
Em cada célula do homem estão inscritas
A cor dos olhos e a argúcia do olhar
O desenho dos ossos e o contorno da boca
Por isso te olhas ao espelho:
E no espelho te buscas para te reconhecer
Porém em cada célula desde o início
Foi inscrito o signo veemente da tua liberdade
Pois foste criado e tens de ser real
Por isso não percas nunca teu fervor mais austero
Tua exigência de ti e por entre
Espelhos deformantes e desastres e desvios
Nem um momento só podes perder
A linha musical do encantamento
Que é teu sol tua luz teu alimento

Sophia de Mello Breyner Andresen,
O Búzio de Cós

Pois é, pá, e não é que voltámos ao início (à estrelinha zapatista)?
E, de certa forma, ao teu título do post anterior (Mecânica celeste)?
Weird...

E com isto me despeço e vou, concretamente, jantar.

Moyle disse...

Clara,

ou sou demasiado previsível ou então "welcome to the twilight zone" :)

voto mais na primeira.

escolheste bem porque o poema é muito bom. eu pessoalmente sou mais por Átropo, como se pode deduzir pelo brasão de família.

Anónimo disse...

Boa! :)