12/12/2007

Condestável Contestável

O Vaticano prepara-se para canonizar Nuno Álvares Pereira, Condestável do reino de Portugal na segunda metade do século XV, que comandou as forças portuguesas nas guerras luso-castelhanas entre 1383/1385.
Esta notícia, amplamente divulgada, encerra algumas cavalas (é para satirizar com cabalas?), já não tão amplamente divulgadas, e às quais o Moyle passa a tirar as espinhas.
Ora bem, as ilações tiradas pelos simples de espírito foram logo para a contradição aparente entre a canonização e o passado militar do supradito: - «Então, o gajo andou a rachar cabeças, a cortar bocados a outros e merece ser santo?». Outros lembraram o facto de ter sido gerador de prole, uma filha que se saiba: - «Então nem sequer era celibatário, que tipo de exemplo é que dá aos padres como santo?». Os saramaguistas, temendo uma revolta nacionalista, pensaram logo: - «Então a recompensa por andar a matar espanhóis à bordoada é a santidade? Ou seja, se matarmos espanhóis temos o céu garantido?» Não deixam de ser questões interessantes e que merecem meditação, sobretudo a última, mas o Moyle repete, provém de uma franciscana pobreza de espírito.
O Moyle contactou Jesus Cristo sobre esta matéria e a Sua reacção foi: - «Muito sinceramente não conheço nenhum Nuno Álvares Pereira, mas o “Condestável” conheço. É o melhor azeite que existe para as lamparinas das igrejas. Deixa um aromazinho delicioso no ar. Saio sempre a correr da igreja para me ir refastelar com uma bacalhoada com grão, bem regada com o meu sangue, dali dos lados de Penalva do Castelo, com 14º, fico com uns peitos que nem um cavalo, ronco a tarde toda. Uma categoria.»
Para variar, o Vaticano não cumpre ordens nenhumas da gerência e encontra-se em verdadeira auto-gestão, não prestando quaisquer contas nem esclarecimentos ao conselho de administração divino.
O Moyle, por portas travessas, vielas obscuras e outros meios difusos, conseguiu obter duas informações contraditórias mas exemplificativas dos objectivos do Vaticano.
A primeira dá conta do carácter metafórico dado à palavra “Condestável”, para mandar uma mensagem ao episcopado português. Isto é, depois da en**badela dada por Bento XVI aos bispos portugueses, manda-os, desta forma, pôr azeitinho, prevenindo-os das que se seguem.
A segunda informação é mais credível e aponta para uma mensagem ao governo português. Recorramos a uma exegese de estrutura silogística derivada da matriz aristotélica para extrair o significado oculto desta anunciada canonização, recorrendo aos acontecimentos históricos matriciais que enformam a vida de D. Nuno Álvares Pereira.
D. Nuno Álvares Pereira combateu o rei castelhano e as suas forças militares que vinham, com legitimidade política, tomar posse do reino de Portugal, devido a D. Leonor, filha de D. Fernando, estar casada com o rei de Castela. Portanto, o interesse nacional, materializado nas figuras de D. Nuno Álvares Pereira e de D. João I, sobrepôs-se à legitimidade política da anexação castelhana da coroa portuguesa. Isto quer dizer o quê?

· D. Nuno Álvares Pereira combateu uma legítima sucessão em nome do interesse nacional.

· D. Nuno Álvares Pereira é canonizado.

· Vamos todos para o céu se combatermos a actual "legitimidade política" em nome do interesse nacional.

Conclui-se daqui, portanto, que, apesar dos elogios da UE, do BCE, da OCDE, do FMI, da ONU, da BSE, do BCG, do JPEG, do HIV e da ESTGOH, o governo português vê-se a braços com a censura do Vaticano e, portanto, com a obrigação de todos os católicos portugueses (a maioria esmagadora da população) de trucidarem todos os políticos portugueses em nome do interesse nacional, de forma a irem para o céu, ascenderem à santidade e, dessa forma, servirem de exemplo a todos os católicos do mundo. Já só falta, então, encontrar um “D. João I”.
A isto se junta outra coisa que o Moyle descobriu, isto é, que a canonização do Condestável foi encomenda da igreja espanhola, pois livrou os espanhóis, mais de seis centúrias após a sua santa vida, de ter 9,9 milhões de lanzões a viver às custas do Estado e do Rei, só preocupados com os ordenados e a mini ao fim do dia, cuja produtividade é igual à multiplicação dos milhões de escudos/euros que foram enviados para Portugal pela CEE/EU desde 1986, por zero. Mas o melhor para nuestros hermanos é que o Condestável os livrou de terem a diferença para os 10 milhões a viverem ás custas desses 9,9 milhões de lanzões, só por se sentarem, ou por já se terem sentado, quando lhes dá, ou dava, na real gana num antigo mosteiro beneditino no centro de Lisboa, cúmplices da ordem que eles protegiam, independentemente da cor do seu capuz. Muchas gracias Santissimo Alvarez!!!

14 comentários:

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

Ó meu caro... e para quando é que o Vaticano está a pensar canonizar o mui caro José Saramago... ele como santo levava logo o título de São Estupido! Olha que parece que o Sócras já é um devoto desse santo!
Aliás, ter um novo Sermão de São Jervásio aos Peixes que garante a passagem de Portugal a província espanhola, é bestial, senão estúpido!

TENHO DITO

Fresquinha disse...

Conhecem A Mulher do Próximo ? Logo vi que não.... Vão a www.afresquinha.blogspot.com

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

A mulher do próximo, se calhar não... mas a gaja boa do 3º Dto., essa sim!

TENHO DITO

Fresquinha disse...

Também sou Correia ... e poeta (às vezes), dependendo do vizinho do 3º Dto.

:-)

astuto disse...

O Nuno Álvares Pereira, só por ter afancado tareão nos coños, merece tudo! Canonização ou lá o que quiserem, merece tudo!

Esse homem foi conde de Barcelos e possui, ainda, uma casa no centro histórico da cidade, quer dizer, tem uma placa com o nome do Condestável... Ou será que é uma sucursal do azeite que deixa aquele aromazito?!

Moyle, dá-lhe duro!

Moyle disse...

e o poeta e a fresquinha orientam-se? crava-se ao Nuno Álvares Pereira uma cunha ao Santo António. Entre portugueses não há nada que faça andar as coisas melhor que um "jeitinho" de quem tem influência.

Moyle disse...

Barcelos, essa bela localidade. Se o Moyle fosse como o outro, aquele rabicho da tv, podia dizer que já foi muito feliz em Barcelos, mas não é verdade. Mas já lá passou um fim-de-semana, no mínimo, interessante (o problema foi a dor de cabeça no dia seguinte).

Dá-lhe com astúcia que eles merecem.

Fresquinha disse...

Em coisas de Santo António nã meto. A últimavez, parti-lhe um braço. Valha-nos a água benta americana que já vem classificada para os vários males que possa vir a padecer. (ver o post no meu blog sobre o assunto :-)

Belíssimo post o teu ! Qualquer dia peço-te contribuições. Cá comigo é mesmo assim: quem não pede, não mama ...

Bruno Fehr disse...

Eu acho que sim, está certo. Ouvi dizer que até o Bibi está na lista!

Moyle disse...

Santo António e Bibi em comentários consecutivos... qualquer daí anda aí a Judite, ou pior, os Jesuítas, ou pior, a Opus Dei...
Quanto a contribuições, é uma questão de... não sei.

Fresquinha disse...

A Judite de Sousa ??? Tenho uma banana no ouvido. GARGALHADAS ...

Falando sério: Onde o Bibi entra, entram 20 ou mais !E o que é que o Santo António pode fazer que a Opus Dei ainda não tenha feito? Oops. Dei.

Moyle disse...

não era bem a Judite de Sousa mas, mudando as moscas...

Onde entra o Bibi ou onde o Bibi é entrado é lá com ele porque o Moyle não é de intrigas. Cuidado com as bananas, não te vá dar um ataque de albertite o que não seria de todo agradável (e nem sequer estou a pensar no infeliz de cuecas em plena rua a beber whisky no Carnaval)...

Santo António já se acabou
A Opus Dei está agora a começar.

Tenham medo, muito medo

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

Atão a fresquinha é Correia? Ora, a partir de hoje vou começar a tratar-te por prima, pode ser?

É pá, este moyle é um levado da breca! Até tem contactos com o Santo Antoninho, hem?!

Estou maravilhado!

TENHO DITO

Fresquinha disse...

Sou Correia de Matos. Tem diferença (como dizem os pretos ...)Somos primos desde o reinado de D. Afonso Henriques que era Henriques da parte da mãe e Correia da parte do pai.:-)