Uma competição desportiva tem os atletas como principais protagonistas, certo? Errado. Não se esqueçam de quem são e onde vivem. O futebol português, particularmente, é um caso psiquiátrico, a um tempo, extremamente grave e, a outro, extremamente engraçado.
Jogou-se no sábado a final da Taça da Liga e temos dois ângulos de análise completamente opostos, maniqueísmo derivativo das sensações provocadas nos contendores pelo desfecho final.
Se já é um lugar-comum afirmar que em Portugal as coisas funcionam de maneira diferente, não é menos preciso tornar a afirmá-lo. Na realidade, o maniqueísmo pressupõe, metaforicamente, dois campos inconciliáveis e, aqui, reside a originalidade portuguesa. O maniqueísmo neste jardinzinho mal plantado tem três. Os uns não suportam os outros, e vice-versa, mas aproximam-se uns e outros para odiarem em conjunto aqueles.
Por maioria de razão, os extremos derivam quando toca ao rescaldo de uma final de qualquer competição desportiva. Uns perdem e deprimem, os outros ganham e exultam. Até aqui tudo normal. Agora entra a cambiante portuguesa. Tanto os que ganham como os que perdem não o fazem por mérito ou demérito, ganham ou perdem por intervenção divina da terceira equipa em campo. Sendo essa terceira equipa a verdadeira protagonista, é justo que seja sobre ela que recaia toda a atenção nos festejos e nos lamentos.
Jogou-se no sábado a final da Taça da Liga e temos dois ângulos de análise completamente opostos, maniqueísmo derivativo das sensações provocadas nos contendores pelo desfecho final.
Se já é um lugar-comum afirmar que em Portugal as coisas funcionam de maneira diferente, não é menos preciso tornar a afirmá-lo. Na realidade, o maniqueísmo pressupõe, metaforicamente, dois campos inconciliáveis e, aqui, reside a originalidade portuguesa. O maniqueísmo neste jardinzinho mal plantado tem três. Os uns não suportam os outros, e vice-versa, mas aproximam-se uns e outros para odiarem em conjunto aqueles.
Por maioria de razão, os extremos derivam quando toca ao rescaldo de uma final de qualquer competição desportiva. Uns perdem e deprimem, os outros ganham e exultam. Até aqui tudo normal. Agora entra a cambiante portuguesa. Tanto os que ganham como os que perdem não o fazem por mérito ou demérito, ganham ou perdem por intervenção divina da terceira equipa em campo. Sendo essa terceira equipa a verdadeira protagonista, é justo que seja sobre ela que recaia toda a atenção nos festejos e nos lamentos.
A lagartagem está unida para exorcizar (à martelada) os espíritos maus que assombram as suas potestáticas virtualidades futebolísticas. O concílio dos deuses está definitivamente contra os tristes de verde. Eles até têm lá a Matadinho, é certo, mas não chega aos calcanhares de uma Vénus que, essa sim, desbloqueia tudo o que burocracia divina contra a portuguesice. Os de Alvalade seguem, então, a sabedoria popular e estão a esforçar-se seriamente por matar o bicho, a ver se morre a peçonha.
Os depenados festejam com o herói da noite, exaltando-o pelo extraordinário desempenho nos penalties. É saudável ver que, neste mundo cão e ultracompetitivo, ainda há quem dê valor ao que realmente interessa, isto é, atribuir o mérito a quem o tem. O fair play inerente a esta magnanimidade das marias papoilas saltitantes faz antever um belíssimo futuro para este clube.
Dizendo a verdade, o futebol é tão fraquinho em Portugal que se não fossem os árbitros a loja já tinha fechado para balanço e é pena que mais ninguém dê conta desta singularidade. Seja como for, vamos ao que interessa, e o que interessa é, neste caso, dar a responsabilidade aos verdadeiros protagonistas, os árbitros.
41 comentários:
Na verdade vi o jogo - coisa que não é costume, mas tinha gente em casa interessada em vê-lo durante o jantar - não vi penaltie nenhum, mas erros de arbitragem, alguns escandalosos, são mais que muitos!
E onde me ri foi com os penalties finais, porque pareciam duas equipas de coxos, a ver quem falhava mais a baliza! Digo isto, sendo benfiquista, note-se!
Éramos todos benfiquistas, diga-se em abono da verdade, mas só a minha sobrinha de 10 anos fez uma grande festa! Coitada, tem tido poucos motivos para festejar... ;)
O árbitro teve um grande "olho de águia", perdão, falcão. :D
É por isso que eu já só vejo os campeonatos de snooker do Bahrain (no Eurosport). Têm o seu quê de fálico mas sem nunca perder a compostura.
Teté,
não estragues a ilusão à pequenina. há tempo quando ela crescer do próprio benfica tratar do assunto:)
ipsis,
ahaha. mas os bichanos de alvalade não parecem dar muito valor a isso, curiosamente. vá-se lá perceber certas coisas:)
Clara,
e o que te atrai mais, a falicidade, a compostura, ou aqueles xailes de xadrez?
Moyle,
Pois, mas eu já esgotei tudo o que sabia sobre este tema, no comentário anterior. Por isso, não sei do que falas... :)
AVISO: o último comentário é da ipsis verbis e não do johny... MERDE!
johny/ipsis:
admito que me deixaste um bocado à toa aqui porque não estava a perceber que "comentário anterior" era esse. está explicado:)
se ao menos todos fossem assim, esgotassem rapidamente as suas competências no assunto, estas tristezas não passavam da segunda-feira seguinte aos jogos. não é o caso, é mais o caos (foi só para jogar as letras da palavra caso)
Moyle,
(é só ipsis. o pc é que é dele e é isso :)
Pois, no meio da confusão que foi ler o que tinha escrito com o nome de outra pessoa, esqueci-me de respirar primeiro antes de escrever.
(gostei do jogo com as palavras, e olha que ultimamente as palavras vão mais ao jogo que outra coisa qualquer)
ipsis,
mas se calhar é melhor deixarmos cair o assunto dos jogos de palavras porque a RTP ainda pega na coisa e faz um concurso apresentado pela Serenella Andrade :)
Moyle,
Tens razão. É que já estou mesmo a imaginar uma Maria João Lucas e uma Iei-Or como convidadas, a inventarem novas palavras... Medo!
ipsis,
era em qualquer coisa do género que estava a pensar... vade retro satanás:D
Errata ao meu último comentário: onde se lê Maria João Lucas, deve ler-se Ana Maria Lucas.
Moyle,
E já bati 3 vezes na madeira. (faz de conta, vá)
ipsis,
não te preocupes. o terror inspirado explica o engano. eu benzi-me 3 vez (faz de conta, vá)
Moyle,
Ainda bem que percebes. Eu já vou no 3º quadradinho de chocolate (é verdade, vá)
ipsis,
eu vou para o cagagésimo JPS mas estou a contar desde sempre :)
Moyle,
err... aqui não posso fumar, daí o chocolate!
não ter chegado ainda o isqueiro ao cu do toblerone é uma sorte...
por outro lado, com tanta fruta aqui em casa, isto até podia dar um belo fondue.
ipsis,
a mim está-me a parecer que fondue estás tu por não poder fumar:)
Moyle,
Aahahahah, é verdade que estou um bocado fondue por causa disso. mas que se lixe! pelo menos o chocolate é bom... right? :S
ipsis,
i'll take your word for it. nem sequer sei que marca é [bem, no outro dia limpei duas tabletes inteirinhas de uma marca qualquer do lidl e aquilo caiu impecavelmente, mas não sou grande apreciador:)]
Moyle,
who am i fooling?!
Aargh... cof, cof...
o chocolate até nem é nada de especial, estou a comê-lo por vício... enfim.
(foolish gibberish :)
ipsis,
se fosse chocolate com passas, comias o chocolate e fumavas as passas :D
Moyle,
ahahah, e com amêndoas, alguma sugestão? :D
ipsis,
com amêndoas é fácil... é preciso palitos perto que elas são bisbilhoteiras e enfiam-se em tudo o que é intervalo bucal :)
Moyle,
ahahahaha... essas "ocupas" :)
ipsis,
às vezes é preciso os GOE da higiene oral, o escovilhão Oral B, para as desalojar :)
Moyle,
é bem verdade. da última vez, mesmo depois da UEI, algumas ainda teimaram em ficar escondidas, por isso, tive que chamar o meu mr. solve problems, o meu mr wolf, o meu higienista oral.
ipsis,
quando tiver problemas desses recorre a um bombardeamento. amanhã já compro Listerine:)
Moyle,
É uma boa ideia, sim. Isso e o fio dental.
ahhh come on! isto está tépido... que respostas mais coisinhas. "xeimóne mi" - tens que ler alto para se perceber melhor. acho eu :D
ipsis,
não pode ser sempre a bombar... isto não é a faixa de gaza [percebeu-se bem :B]
Moyle,
Ahahaha, muito bom...
só a mim não me acontecem epifanias dessas. Quero dizer, às vezes acontecem, mas, ou estou sozinha (mas rio-me na mesma) ou são confundidas com o sprit de l'escalier e também estou sozinha.(e rio-me na mesma, na mesma :)
ipsis,
eu tento apontá-las para importunar as pessoas de bem que aqui vêm :D
Moyle,
ahh... é uma boa ideia. Quais pessoas de bem?
ipsis,
também não sei mas parto princípio, muito setecentistamente, de que todas as pessoas são de bem até prova em contrário (grande peta, mas foi por argument sake:D)
Moyle,
ohhh, foi bonito. (e eu só me estava a meter contigo) :)
ipsis,
eu percebi que sim:)
bem, estou ali a ver o Hudson River e vou ver se lá estendo a aeronave.
a domani, vegetariani
Moyle,
eu percebi que tu percebeste :)
eheh, boa amaragem.
cya later, gator
eu acho que já chega... o senhor errou tá o erro feito... o Sporting não fala assim tanto quando é beneficiado :D
Miguel,
lamento imenso mas quando toda a gente achar que o assunto - que nunca devia ter começado - cheirar mal o Moyle ainda há-de andar a falar nele...
nem sequer têm memória curta, é mesmo memória selectiva. selecciona o que lhes interessa :)
gostei do blogue:) bj
convido a visitar o meu
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