Quando o governo caiu, o Moyle chalaceou a situação mas, ao mesmo tempo, alertando para a circunstância de que a queda não significava a morte da personagem maior das nossas misérias presentes. Como num thriller, esperava, aparentemente moribundo, que os seus incautos inumadores se distraíssem com festejos e exéquias para os apanhar desprevenidos. E conseguiu!
Longe de morto, Sócrates, num passe de mágica, saltou do féretro para nos obsequiar com os seus habituais dotes de malabarismo.
Já repararam naquelas filas do aeroporto que obrigam os utentes a serpentear longos metros em pouco espaço? Não acham extraordinariamente irritante estar o aeroporto completamente vazio e aquela infernal maquinação nos obrigar a dar voltinhas e mais voltinhas como se fôssemos borboletas paneleiras numa prova de natação masculina? Vamos aqui discutir - embora não haja grande coisa a debater - sobre esta simples medida de gestão das multidões e de racionalização da circulação de muita gente em espaços limitados.
Essas "serpentinas" de peões que nos fazem caminhar 50 metros, para percorrer um percurso de 3 metros, levantam aspectos extremamente interessantes. Se calhar não são muito interessantes, mas apetece ao Moyle que seja.
O que impede alguém de fazer o seu percurso a direito? É que o percurso a percorrer é circunscrito por meras fitas que, convenhamos, não impediriam alguém de seguir em frente se assim lhe aprouvesse.
Na realidade, podemos analisar a coisa de duas perspectivas. Ou somos uma cambada de bovinos, mansos, que segue para onde lhe mandam ir! Ou, somos incorrigivelmente cepos e labregos sem civismo que, sem uma indicação de como nos devemos comportar, amassamos tudo e todo aquele que se nos meter no caminho! (Naturalmente, trazer o civismo à colação faria sentido, mas o Moyle não o fará. Precisamente por isso. Por fazer sentido! Viva o maniqueísmo!)
Fazendo aqui um salto lógico digno de um escolástico medieval. Não estaremos nós, nas eleições que se aproximam, parados diante do dilema de como negociar o travessia de um destes labirintos fátuos de fitinhas, como há nos aeroportos?
Por um lado conformamo-nos a percorrer ordeiramente o caminho que nos traçam, independentemente de ser necessário ou não? Ou, como vândalos sedentos de violar matronas romanas, vamos a direito e cortamos caminho pelos pseudo-obstáculos que nos põem à frente?
É um dilema, efectivamente. É que, se como uma pessoa normal, o Moyle ainda chamasse para aqui o civismo, estaríamos na presença de um verdadeiro trilema! Bom, mas antes que pareça que o Moyle está a falar de coisas sérias, deixemo-nos de tretas!
De qualquer maneira, o Disco Riscado (9.5.2011), que se apressaram a anunciar como morto, está bem vivinho de Pinto de Sousa - Costuma-se dizer Vivinho da Silva, mas o Moyle decidiu fazer algo mais original com o este tão enraizado brasileirismo. E os outros que fazem, dão-lhe música de fundo para a voz de cana rachada que se continua a impor centésima a centésima nas intenções de voto!
5 comentários:
EHEHEH, o título não poderia estar melhor para o malabarista.
É realmente uma tristeza que muita gente "funcione" como a carneirada, ou pior, os peixes parasitas.
Mas por outro lado, fazer o oposto, neste caso não tem que ser assim tão extremista como dizes. Podemos simplesmente ser práticos ao encurtar o tal caminho.
É que "cepo" e "labrega" acho que não fui, daquela vez que, não estando ninguém na fila para comprar o bilhete no cinema, escusei as minhas pernas de darem a volta às tais "serpentinas" :D
Pois, neste caso o Pinto ainda chega a Galo, quando toda a gente já o dava como quase morto. O problema é que entre um Pinto e um Coelho, venha o diabo e escolha... :P
ipsis,
sim, tens toda a razão, mas essa questões do civismo e tal, tornam-se aborrecidas. daí a opção do Moyle por proposições maniqueístas :P
Não era para te chamar cepo ahahahahahah
Teté,
e o Diabo, nesta história, vamos ser nós :(
Moyle,
Deixa lá, eu às vezes também sou 8 ou 80.
Eu sei :D
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