10/20/2008

O Testa de Ferro

Então não é que temos candidato a tiranete? Ora essa, sim senhores. Ele já andava a dar nas vistas há uns tempos mas agora saiu-se das cascas. "Ou brincam comigo ou ninguém brinca!" diz Mário Nogueira, que parece o único puto da escola primária com bola de futebol e não deixa os outros jogarem. Mas não é por pirraça. Ele sabe-a toda.
Mas, na família política do Márito dos Bigodes, não é novidade nenhuma o tique de "isto é uma democracia mas quem manda sou eu!" O Moyle soube que o "Homem de Aço", em russo lê-se Staline, é o grande mentor do cepo que dá nozes pelo que mais cedo ou mais tarde essa admiração tinha que vir ao cima. Porém, o que se dá é estarmos na presença de uma imitação barata do "Homem de Aço", que não consegue ser mais que um "Testa de Ferro".


Vem este intróito todo a propósito da azia de Mário Nogueira - não iria tão longe como chamar-lhe a vergonha da Lusa Atenas. mas o que é certo é que o Moyle não conhece ninguém por aqui que goste dele [felizmente é porque anda em boas companhias] - sobre a manifestação de professores, organizada por professores fora da alçada dos sindicatos, marcada para Lisboa a 15 de Novembro.



Não era suposto, sendo o líder de uma organização de representação da classe docente, o sr. Árvore Daquelas Coisinhas Que Se Põem Nos Bolos de Chocolate apoiar um movimento espontâneo daqueles de quem se diz defensor? Essa é uma dúvida que tenho, mas também pode ser que o Moyle seja um bocadinho bronco e esteja a deixar escapar o óbvio.

Não era suposto um sindicato, e a organização sindical de que faz parte, serem apartidários de forma a não enfermarem do vício de conflito de interesses as reclamações dos seus associados? Não é contra o interesse dos associados que o Governo possa afirmar que afinal os protestos, independentemente da sua justiça, não passam de propaganda política de partidos da oposição? Bolas, quem me dera ter ido às aulas de Política!


Na medida em que parece que sua excelência, o aspirante ao assento da liderança no Soviete Supremo cá do burgo - põe-te a pau Bernardino senão vês passar o padeiro e não há defesa da Coreia do Norte, por mais ridícula que seja, que te safe - não suporta os professores, dos quais se arroga o título de defensor mor, não será que aqueles estarão, involuntariamente, a fazer currículo para as aspirações pessoais do sr. Sindicalista de Bigodes? Se não aceita uma manifestação livre que, raios partam o Moyle se percebe isto, deveria estar a encorajar, serão estas [ver imagem a seguir] as únicas manifestações que aceita?


De qualquer forma, para não ferir as susceptibilidades do manifestante mor, o Moyle declara-o aqui, disponibilizando-se para entronizá-lo em qualquer momento conveniente, como o Rei das Manifestações em Portugal.





PS - Lamentando por este desabafo, a estupidez com que habituámos os nossos leitores - sim vocês, não estejam a assobiar para o lado que eu sei muito bem quem vocês são [ora essa, olha o Moyle com tiques estalinistas. Deve ser destas más companhias.] - segue dentro de momentos.

16 comentários:

Teté disse...

Confesso que não estou muito a par das tropelias deste fulaninho, mas que não é o único que tem vocação para tiranete ou cacique cá nesta terrinha, lá isso... :(

E sim, também concordo que muitos destes sindicalistas estão mais a pensar na sua projecção política, do que propriamente interessados em defender a classe que dizem representar!

Às vezes é preciso cá uma pachorra!!!

Moyle disse...

teté,

uma das minhas santas padroeiras é, precisamente, a Santa Paciência. e tem tido muito que fazer:)

Anónimo disse...

Olha que fiquei uns bons vinte e três segundos a pensar o que seria o "sr. Árvore Daquelas Coisinhas Que Se Põem Nos Bolos de Chocolate"...! Não era mais fácil dizer o "sr. Árvore daquelas coisinhas deliciosas que se partem com um coiso e depois as duas em conjunto - coisinhas e coiso - dão nome a bailados e cenas assim"?

Sorrisos em Alta disse...

O gajo fica "impacável" com o sobretudo!
Parece o Special One!
E como o Special One tem sempre razão....

Moyle disse...

clara,

23 segundos? olha que essas sinapses estão a precisar de ir à revisão dos qualquer coisa mil.

Talvez até fosse mais fácil, e com um certo a propos pois esses bailados e assim até são de origem russa, mas para quê simplificar se pode ser mais complicado?

Moyle disse...

sorrisos,

o special one nunca será realmente special enquanto não usar aquelo bigodinho à sindicalista de esquerda.

Sorrisos em Alta disse...

LOooooooool

Linda imagem!!!!

Moyle disse...

sorrisos,

mas que fina ironia. estás a um João Malheiro de suplantar o Pinto da Costa:)

Anónimo disse...

OK, foram 22. Ando sempre com o relógio adiantado.

[Hum... acho que isto não saiu lá muito bem... ;) ]

Oh, anda lá, tu estiveste um minuto inteirinho para perceber a cena do bailado... confessa...

Moyle disse...

clara,

assim sobressais. adiantada num mundo de atrasados [mas que belo trocadilho, sim senhor. e, ainda por cima, elogioso:)]

ok, eu demorei esse tempo todo mas tenho uma boa justificação. com tanta coisa a fazer-me cócegas nas sinapses não me consigo concentrar com tanto rir:)

Anónimo disse...

Vergonhoso! O ataque ao sindicalismo é um ataque à democracia. A própria Ministra da Educação declarou na TV que não concebia uma democracia sem sindicatos. Neste Blog recuamos 34 anos na História. É o próprio fascismo corporativista que espreita nestas páginas.

Anónimo disse...

Ó Manuel Rocha, tem toda a razão! Este blogue devia ser banido, fechado, mandado para um gulag! Bolas, o Mário Nogueira a lutar de forma abnegada pelos direitos de todos os professores e esta é a paga que recebe? Ainda há dias li um texto desse líder sindical (terá que o procurar, que eu estou a gastar todas as minhas energias a dar-lhe o meu apoio, não terei fôlego para mais) em que ele afirmava de forma veemente que só a fenprof defende os professores, mais ninguém...! Eu fiquei absolutamente convencida, eu vi a luz!
Abraço!

Moyle disse...

Manuel,

eu apoio completamente essa ideia. é um ataque vergonhoso, desonesto, é uma facada nas costas de uns dos mais importantes pilares de qualquer regime democrático. este tipo de situações não devia passar impune. se calhar devíamos, muito honestamente, começar a pensar numa forma de evitar que estas coisas fossem possíveis. Humm, isso tem um nome, qual é? Não me lembro agora. Talvez o senhor Manuel Rocha, com a sua manifesta idoneidade, pudesse ajudar nesa tarefa. Tem algum "e-lápis azul"? não sei bem porquê era capaz de dar jeito.

Só uma notazinha de discordância - afinal isto é uma democracia - se calhar acho que ficaria melhor a expressão "corporativismo fascista" do que "fascismo corporativista". Não é por mal, é como é um assunto tãop específico e, no post em epígrafe, não há outra qualquer manifestação de conservadorismo fascista, nem sequer fascizante, talvez soasse melhor a expressão que proponho. Claro que essa proposta fica sujeita ao aval do sr. Manuel Rocha.

Finalmente, um conselho. Só uma coisa muito simples, que confio não será tomada como ousadia. Sr. Manuel da Rocha, por favor, aprenda a ler. Não me estou a referir, como se depreende, à capacidade de juntar as letras em estruturas verbais mais complexas, aquelas a que chamamos palavras, o quer já não é de somenos. Mas para o sr. Manuel Rocha desejo um desígnio maior, o de saber o que essas estruturas de letras - palavras - querem dizer. Como humilde oferta aqui vai uma, de certeza não a melhor, definição de ironia:

- A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter uma reacção do leitor, ouvinte ou interlocutor.

Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar algo. Para tal, o locutor descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser activo durante a leitura, para refletir sobre o tema e escolher uma determinada posição. O termo Ironia Socrática, levantado por Aristóteles, refere-se ao método socrático. Neste caso, não se trata de ironia no sentido moderno da palavra.

Tipos de ironia
A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos de ironia: oral, dramática e de situação.

A ironia oral é a disparidade entre a expressão e a intenção: quando um locutor diz uma coisa mas pretende dizer outra coisa, ou então quando um significado literal é contrário para atingir o efeito desejado.
A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre a expressão e a compreensão/cognição: quando uma palavra ou uma ação põe uma questão em jogo e a plateia entende o significado da situação, mas a personagem não.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ironia)

Moyle disse...

clara,

tem toda a razão. este blog não faz qualquer sentido de existir. não acrescenta nada de positivo e, como està vista, apresenta sérios desvios antidemocráticos que deveriam ser punidos exemplarmente - nada de processos em tribunal um Gulag é precisamente o melhor exemplo de punição para estes casos.

o redactor de tais barbaridades deveria ser obrigado a ouvir a autobiografia - caso exista - de Mário Nogueira horas e horas, dias e dias, meses e meses a fio de forma a reeducar-se.

Dever-se-ia, igualmente, oferecer-lhe um calendário actualizado, na esteira do que diz o senhor Manuel Rocha, pois o do autor deste blog está, não 34 anos mas 34 anos, 6 meses e 2 dias atrasado.

Duvido que, na sua contumácia, o escrevinhador que defeca as alarvidades intelectuais que encontramos neste espaço tenha a capacidade de ver a luz.

Proponho que o Moyle, assim assina o mentecapto que escreve estas barbaridades, seja trazido à praça pública, humilhado, atado ao pelourinho e vergastado, como punição exemplar de desviacionismo corporativista fascista, ou vice-versa.

Mas, esperem aí, o autor deste blog sou eu! Faz algum sentido eu atacar aquilo que deveria estar a defender? Bem, se fosse o Mário Nogueira faria, porque ele é o líder salvador das massas proletárias nestes oceanos de tubarões capitalistas burgueses que as pretendem desmembrar sanguinolentamente. Mário Nogueira é o capitão Ahab da classe docente. E, em nome da classe docente, ele pode decidir contra os interesses da classe docente. Oh visionário...

Calma, atenção, estou a começar a ver algo que brilha lá ao fundo. Será essa luz? Sinto-me, como dizer, diferente para melhor, regenerado será talvez o termo. Oh Mário Nogueira, farol do Ocidente, luz de Valinor, transporta-me para as Terras Imorredouras para longe das tendências fascizantes de Sauron, que transforma esta Terra Média num lugar de perdição.

Anónimo disse...

E-lápis azul... Muito bom! :)
Enganaste-te, porém, numa coisa: isso que brilha ao longe, essa luz e tal, é Clara Umbra. Já devias saber...

Moyle disse...

clara,

mil perdões. foi um fátuo momento de ilusão. não tornará a acontecer:)