Estamos em plena época pascal e o Moyle não podia deixar este facto passar em claro. Como está bom de ver, alguns pontos há a esmiuçar sobre esta matéria.
A época da Quaresma (embora dure 40 dias litúrgicos na Cristandade em geral, no Porto já se vive na Quaresma há 4 anos) é um tempo de abstinência, sacrifício, introspecção, meditação e sofrimento interno (nalguns casos, de deficiência mental explícita, também externo). Apesar de toda a carga simbólica inerente, a quadra «pascalícia» corre o sério risco de se natalicizar (Duas palavras novas na mesma frase. O Moyle é um espectáculo).
Vem este intróito a propósito de quê? Ora bem, vem a propósito do excessivo protagonismo que o coelho – que por acaso até é um animalejo muito simpático, sobretudo numa caçarola – tem vindo a assumir nesta época.
Portugal não tem tradições suficientemente relevantes culturalmente que resistam à invasão deste leporídeos lagomorfos? O Moyle acha que sim. Se a Páscoa é uma época de profunda religiosidade, há que aproveitar as tradições religiosas portuguesas.
Apela-se, então, ao fim dos coelhinhos de chocolate que invadem as montras e ocupam o lugar dos bibelots sobre os naperons do mobiliário das salas portuguesas. A religiosidade portuguesa deve ser aproveitada comercialmente, em vez da importação de símbolos de outras culturas.
Em vez de coelhinhos, poder-se-iam vender crucifixos de massapão. E que tal Nossas Senhoras de açúcar?
Era bonito entrar numa confeitaria e ouvir o seguinte diálogo:
- Fáxavôr, é meia dúzia de pastorinhos recheados!
- Com creme de ovos ou licor?
- Com doce de morango!
Está na hora de vermos todos os santinhos em chocolate, daqueles bonecos ocos, embrulhados em “pratas” coloridas e, depois, podia fazer-se colecção de todo o hagiológio católico romano em “pratas” de chocolate. Não teria piada trocar as “pratas” como se fossem cromos? Claro que sim. Há que valorizar a cultura portuguesa contra a invasão de modernice culturais desajustadas do património cultural nacional e que descaracterizam a sociedade portuguesa.O Moyle declara, em vista de tão generalizada e unânime adesão dos seus leitores, aberta a época de caça ao coelho… da Páscoa.
A época da Quaresma (embora dure 40 dias litúrgicos na Cristandade em geral, no Porto já se vive na Quaresma há 4 anos) é um tempo de abstinência, sacrifício, introspecção, meditação e sofrimento interno (nalguns casos, de deficiência mental explícita, também externo). Apesar de toda a carga simbólica inerente, a quadra «pascalícia» corre o sério risco de se natalicizar (Duas palavras novas na mesma frase. O Moyle é um espectáculo).
Vem este intróito a propósito de quê? Ora bem, vem a propósito do excessivo protagonismo que o coelho – que por acaso até é um animalejo muito simpático, sobretudo numa caçarola – tem vindo a assumir nesta época.
Portugal não tem tradições suficientemente relevantes culturalmente que resistam à invasão deste leporídeos lagomorfos? O Moyle acha que sim. Se a Páscoa é uma época de profunda religiosidade, há que aproveitar as tradições religiosas portuguesas.
Apela-se, então, ao fim dos coelhinhos de chocolate que invadem as montras e ocupam o lugar dos bibelots sobre os naperons do mobiliário das salas portuguesas. A religiosidade portuguesa deve ser aproveitada comercialmente, em vez da importação de símbolos de outras culturas.
Em vez de coelhinhos, poder-se-iam vender crucifixos de massapão. E que tal Nossas Senhoras de açúcar?
Era bonito entrar numa confeitaria e ouvir o seguinte diálogo:
- Fáxavôr, é meia dúzia de pastorinhos recheados!
- Com creme de ovos ou licor?
- Com doce de morango!
Está na hora de vermos todos os santinhos em chocolate, daqueles bonecos ocos, embrulhados em “pratas” coloridas e, depois, podia fazer-se colecção de todo o hagiológio católico romano em “pratas” de chocolate. Não teria piada trocar as “pratas” como se fossem cromos? Claro que sim. Há que valorizar a cultura portuguesa contra a invasão de modernice culturais desajustadas do património cultural nacional e que descaracterizam a sociedade portuguesa.O Moyle declara, em vista de tão generalizada e unânime adesão dos seus leitores, aberta a época de caça ao coelho… da Páscoa.
6 comentários:
Para já, demonstro o meu maior respeito pelo linguajar do Moyle a esta hora da madrugada.
Se fosse eu a escrever, de certeza que ia encaracolar as palavras (enrolando a língua como se tivéssemos um rissol na boca).
E se o Moyle me permite, discordo de novo (pareço um gajo do BE, a vir fazer oposição em todos os posts, ó carago..). É que se já não gosto de comer coelhos, muito menos quero comer pastorinhos.
Não haverá por aí uma tradição portuguesa, sei lá... tipo mais para gajo?
;o))
Grande abraço
E, ao Moyle, obrigado pela boa disposição que ganho sempre que aqui paro
cá pra mim o coelhinho da páscoa devia era ser servido guisado! Isso sim é que era!
Agora, a ideia de ver um jesus cristo super star de chocolate, ou quiçá, uma nossa senhora da boa viagem de pão-de-ló, seria, digamos, apetitosa! Mas a falta de melhor, continuemos a aturar o coelháceo!
Haja uma boa páscoa, meu caro!
TENHO DITO
sorrisos em alta,
não é preciso comer os pastorinhos, é só parti-los e chupar o recheio.
Mais para gajo, mais para gajo, que tenha a ver com a Páscoa não é fácil, mas sei lá, talvez umas coelhinhas Playboy (embora isso seja subverter um bocado o espírito do post).
Poeta Acácio,
Coelho à Caçador
Ingredientes:
coelho bravo
manteiga
cebola
alhos
tomatada
malagueta
louro
Maggi
pau de cravo
Confecção:
Parta os coelhos e deite-os em vinha-d'alhos de um dia para o outro.
No dia seguinte separa-se o coelho do molho e guarda-se este.
Frite o coelho em lume brando.
À parte faz-se um refogado com 1/2 barra de manteiga, 2 cebolas picadas grada, alhos picados, tomatada, malagueta, louro, uns cubos de Maggi (ou knorr) e pau de cravo.
Deite o coelho nesta mistura e de seguida deite o molho coado (vinha-d'alhos) e deixe cozer em lume brando, até o coelho ficar cozido, que pode demorar um pouco.
O molho fica reduzido.
N.B.- pode precisar levar um pouco de água ou cerveja e, tem que se ter cuidado para não pegar ao fundo (sacuda com o tacho).
(é só um exemplo)
Gosto muito do «hagiológio», quase tanto como dos «leporídeos».
Em suma, adoro uma boa esdrúxula.
ainda bem que gostaste e fica sabendo que há muitas mais no sítio de onde essas vieram...
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