5/25/2012

Scener ur ett äktenskap

O dia 25 de Abril é um daqueles dias que só acontecem uma vez por ano. Quer isto dizer que não há possibilidade de confusão com o dia 29 de Fevereiro. É que isto de haver a possibilidade de não se confundir um dia com outro, nunca será demais repeti-lo, é precioso, porque todos sabemos quantos grandes conflitos mundiais se ficaram a dever a mal-entendidos com dias do ano.
Agora que esbaforiu este desabafo que lhe oprimia violentamente o tórax, passemos ao dia 25 de Abril, data inolvidável do glorioso matrimónio que explodiu as grossas e ferrugentas cadeias que nos amesquinhavam.
Esse casamento, no entanto, caiu na rotina e na falta de diálogo há já algum tempo. É senso comum que a rotina é a ascorosa lepra que apodrece inapelavelmente o tecido conjugal, levando à muito nojenta queda de langonhentos bocados matrimoniais nos momentos mais inoportunos. De igual modo, a falta de diálogo é a repelente peste que faz entumescer purulentos negros bubões nos refegos da relação afectiva, levando a que cada troca de palavras se transforme num lancetamento que faz correr pútrida e fétida matéria.
Procurando ajuda especializada, o casal enlaçado a 25 de Abril de ’74 encontrou-a na figura do maior especialista vivo em psicodinâmica de casais, o quadrilheiro de primeira apanha Doutor Moyúlio Moylachado Moylaz.
Veremos, imediatamente a seguir a mais este parágrafo desnecessário, a transcrição das sessões a que ambos, à vez, se submeteram. Como nota final, as transcrições das gravações são o mais fiéis possível e usando-se nomes fictícios e visivelmente absurdos para garantia deontológica de confidencialidade.
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Sessão com Sr.ª D.ª “Maria de Mocracia” (nome fictício)

Doutor Moyúlio Moylachado Moylaz (DMMM) – O que me pode dizer sobre o seu casamento com o Sr. José?

Sr.ª D.ª “Maria de Mocracia” (DC)Eu sei lá, xodotôr. Olhe, parece-me a mim que já não é a mesma coisa, está-me a perceber?

DMMM – Mas em que é que o seu casamento já não é a mesma coisa? O que é que acha que mudou?

MdM – Ai, eu! Eu sei lá xodotôr... As coisas mudam com os anos, n’é? Eu nem sei que lhe diga. Sabe, o meu Zé já não é o mesmo de quando a gente era novos.

DMMM – Importa-se de me explicar melhor essa ideia!

MdM –Quando a gente se conhecemos, ele era todo charmoso. Sempre de roda de mim. Dizia que não podia viver sem mim. Que a vida dele não fazia sentido, que precisava de mim e queria casar-se comigo. Fazia-me muitas juras de amor e escrevia-me poemas e cantigas. Era assim muito amoroso e apaixonado. Eu sentia-me a moça mais linda do mundo, quando ele me dizia estas coisas, não é? Veja lá o xodotôr que ele meteu-se bastas vezes em trabalhos com a Guarda, por minha causa. O meu Zé era assim muito levantado das ideias. Bom moço, mas muito levantado! Ora veja lá: já se sabe que não se pode andar por aí pelas ruas a fazer barulho, não é? E o meu Zé estava sempre a dizer que vinha para a rua gritar que me queria muito, e outras coisas assim, para toda a gente saber. E eu dizia-lhe – «Oh Zé, tu vê lá no que é que te metes. Olha que a Guarda não gosta de barulho na rua, que as pessoas gostam de dormir descansadas e em sossego!». E olhe que às vezes eu não o conseguia amansar e depois ele ia mesmo rua fora. Depois a Guarda não achava bem que ele andasse a incomodar as pessoas com a chinfrineira que ele fazia, não é?, e vai daí pumba, afinfavam-lhe umas galhetas no lombo. Ai xodotôr, isso é que eu me arreliava. Ele trazia-me em cuidados que eu nem dormia. Mas depois, ao mesmo tempo eu até gostava, porque eu sabia que ele era assim doido porque era por minha causa e eu ficava toda babadinha com ele. E quando ele falava comigo era todo meiguinho e cheio de doçuras e carinhos... Oh eu sei lá, xodotôr, eu sabia que ele gostava muito de mim e que era assim porque era doidinho comigo!

DMMM – Mas o Zé já não é assim meigo consigo? Acha que ele não gosta de si?

MdM – Não, eu sei que ele ainda gosta de mim. Às vezes eu espreito-o a ver fotografias e os filmes do dia do nosso casamento e derivado daquele brilhozinho que ele tem nos olhos nessas alturas eu tenho a certeza de que ele ainda gosta de mim. E depois a gente já não vai para novos. Quer dizer, ainda não somos velhos, está bem de ver, mas pronto, já se sabe que quando se é novo as coisas são diferentes, não é? Mas às vezes lembra-me de quando era nova e das juras que ele me fazia e daquelas palavrinhas melosas que ele me dizia ao ouvido. Vamos lá ver, o meu Zé não me trata mal. Não é como este e aquele que são maus e batem nas mulheres sem razão. O meu Zé não! O meu Zé nisso é um homem em termos. A coisa é mais quando me lembra da mocidade. Sinto falta das meiguices e daquelas doidices que ele me dizia e fazia, não é? Pronto e agora ele já não é assim como ele era.

DMMM – Compreendo... E costumam conversar um com o outro?

MdM –Quer-se dizer, a gente fala, mas é mais nas coisas que são precisas para a casa e nisto e naquilo. Dantes a gente passava horas perdidas a falar. Ele contava-me, todo contente, os planos que tinha para a gente e assim. Depois de casarmos fomos falando cada vez menos sobre essas coisas. Logo a seguir ao casamento não, mas mais nos últimos tempos, ele liga-me cada vez menos. A gente fala mais daquelas coisas de todos os dias, da casa, dos vizinhos e coisas dessas. Mas dantes não. Ai, xodotôr, eu gostava muito de o ouvir falar porque ele dizia coisas muito bonitas. Ele tinha sempre muitas ideias e coisas que queria fazer e estava sempre a dizer que desde que estivesse comigo ia mudar o mundo e confessava-me essas coisas todas e as aflições e os sonhos que ele tinha. Mas agora já não. Agora passamos muito tempo sem dizer nada. É como se não tivéssemos nada para dizer um ao outro. E depois todos os dias é igual, a gente fala do tempo, das coisas da casa, dos vizinhos e disto e daquilo mas não conversa como dantes.

DMMM – E na intimidade? Essa mudança depois do casamento notou-se muito?

MdM – Ai xodotôr, nessas coisas também mudou. Ele sempre foi muito meiguinho, mas estava sempre a arder para aquilo. A toda a hora não me largava e estávamos sempre naquilo que até parecia que tinha o diabo no corpo, o raio do homem. Não ache o xodotôr que eu estou-me a queixar, mas às vezes até era demais. Ele não me deixava resolver os meus afazeres e a minha lida. Mas agora... mas agora ele já não me procura. Quando a coisa se dá, às vezes, sabe?, de longe a longe - assim no dia do nosso casamento, é costume - ele também não é assim fogoso como era dantes. Quando nos encontramos, ele parece-me que quer despachar aquilo, sabe xodotôr? Porque até parece que está preocupado e enfarinhado com outras coisas que o ocupam e tem pressa e está a perder tempo. É o que me parece. E eu gostava da meiguice dele antes, porque agora é assim parece que a despachar.

DMMM – Tem estado a contar-me que sente que o seu casamento está a passar por uma fase de menor fulgor, de menor emoção. Isto é, ao comparar o passado, em que se conheceram, eram jovens, em que se uniram, a “Sr.ª D.ª Maria de Mocracia” revela que o presente não está à altura desse passado e que tem saudades das emoções e do arrebatamento desses primeiros tempos. Tem, ao mesmo, revelado que notou uma grande transformação no seu marido e que essa transformação tem levado o vosso casamento a uma rotina que não a satisfaz. É isso?

MdM – Não xodotôr, quer dizer sim. É isso. Eu queria que ele sentisse falta de mim, como era dantes. Quando estava sem me ver assim algum tempo, corria por mim e parecia que morria porque não me tinha. Eu sabia que lhe fazia muita falta e ele dizia que eu era coisa que ele mais precisava no mundo. E que sem mim não era uma pessoa, era infeliz e miserável e que não... Ai, como é que ele dizia? Era tão bonito... era... ai como era? Ah, que estava incompleto sem mim! Que nem todo o ouro do mundo pagava ter-me. Eu preciso de ser assim estimada e um bocadinho mimada de vez em quando. Desde que me tem o meu Zé já não me mostra que precisa de mim, já não me dá o mesmo valor. E se ele fica sem mim, o que é que vai ser dele? Sem mim ele não consegue fazer nada. E eu queria que o meu Zé me desse mais valor, me acarinhasse mais, me protegesse. Queria que ele festejasse o nosso aniversário de casamento a sério, com gosto e alegria. O que eu queria era que o meu Zé me estimasse. Eu não quero que o meu Zé me dê prendas, eu quero que mê valor. Eu não sei o que vai ser de mim de hoje a amanhã. E se me dá alguma coisinha má? Como é que é? E se me acontecesse algum acidente e eu desapareço? Eu só queria que o meu Zé tomasse mais bem conta de mim. Era só isso.

DMMM – Muito bem. Acho que podemos dar esta sessão por terminada. Agradeço imenso por ter partilhado o que lhe ia na alma, com sinceridade. Eu agora vou ouvir o Sr. José Pó Vinho e depois encontramo-nos todos aqui para eu vos dar a minha opinião*.

MdM – Eu é que agradeço xodotôr. Falar faz bem à alma e tira aquelas coisas que envenenam a alma de uma pessoa. E depois, quando uma pessoa está assim a falar nas coisas, depois até dá fé do que é que lhe está a pesar no peito. E a gente não pode falar de certas coisas com qualquer um, porque senão amanhã já toda a gente sabia na praça da minha vida. E a minha vida não é p’r’andar por aí nas bocas do povo, não é? Com o xodotôr é diferente porque é como se fosse um médico mas destas coisas da alma de uma pessoa, não é? Muito obrigadinha e até logo.
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Sessão com o Sr. José Pó Vinho (nome fictício)

DMMM – Diga-me lá, Sr. José Pó Vinho, como é que acha que vai a sua vida de casado com a Sr.ª D.ª Maria de Mocracia?

Sr. José Pó Vinho – Oh sôtor, quer-se dizer, eu acho que vai normal. Aqui há atrasado ela começou a insistir que tínhamos que ir ver um especialista, que eu não lhe ligava como dantes e que já não era o mesmo com quem ela casou e essas coisas do género. Não sei onde é que ela vai buscar essas coisas. Deve ser às novelas, na certa. Mas para não a ouvir mais eu disse que sim, que vínhamos cá falar c’o sotôr, disse-lhe assim para lhe tirar o sentido. Cuidei que lhe passava a ideia mas ela lá andou à procura e cá estamos, mas nem sei bem o porquê. Eu acho que está tudo dentro do normal. Há aqueles dias melhores e outros piores, mas tudo dentro daquilo que é o normal de toda a gente.

DMMM – Mas pelo que me diz, depreendo que sentiu que a sua esposa estava insatisfeita, ou não?

JPV Ela teve sempre um feitio complicado, é certo. Mas nos últimos tempos tem andado mais resmungona e chata. Em sendo um carro, sotôr, a minha Maria era um daqueles carros que precisam de muita manutenção. Quer dizer, não estou a dizer que ela me gasta o dinheiro, não é isso, que ela é responsável e sabe que custa a vida. Mas ela quer só paninhos quentes e que eu a traga ali nas palminhas a toda a hora. E está sempre com coisas que eu já não lhe faço declarações de amor e que não lhe ligo e que mais não sei quê e que mais não sei quantos e que eu já não lhe escrevo poemas e cantigas e só lhe dou um cravo uma vez por ano e é por obrigação. Eh pá, não me dá um segundo de descanso, sempre com a mesma conversa. Anda chata, agora! Quando a gente namorávamos e depois de casados, nos primeiros anos, ela não era assim. Pôs-se assim!

DMMM – Sente que ela mudou muito desde o namoro e dos primeiros anos de casado?

JPV Ohhh, sei lá bem sotôr. As pessoas vão ficando mais velhas e acomodam-se uma à outra, não é? Mas ela parece que não está de bem com nada. E nada do que eu faço chega e que qualquer dia dou por mim sem ela e depois é que eu vou ver a falta que ela faz e mais isto e mais não sei quantos. Consome-me a paciência! Mas olhe que eu meti-me muitas vezes em trabalhos por causa dela, porque não queriam que a gente namorasse. Mas eu não estava para fitas. Era ela que eu queria e não me deixei levar na cantiga de que ela não servia para mim e que eu não tinha pedalada para ela. E olhe que ainda apanhei algumas à conta de ser teimoso.

DMMM – Fale-me do vosso namoro.

JPV Ninguém queria que a gente se namorasse. Teve que ser às escondidas. Mas quando eu vi aquela cachopa tão bonita – e olhe sotôr que ela era a coisa mais linda que eu já vi. Mas era mesmo, sem estar aqui com arcas encoiradas! Era linda, linda e muito bem feitinha, muito jeitosinha. Eu dei conta que ela também engraçou comigo, porque ela mandava-me beijos, piscava o olho assim à sorrelfa. Depois mandava recadinhos a dizer que se eu quisesse era capaz de me fazer muito feliz e que mudava a minha vida. E um homem começa-se a afoguear. Eu andava sempre com a tenda armada na parte da frente das calças, de tão boa que ela era. Provocava-me a toda a hora. É que, ainda por cima, andavam sempre em cima a controlar o que ela fazia, com quem falava, e eu, como era levado da breca, não me encolhi, fui-me a ela. Quando apanhávamos as nossas famílias distraídas, trocávamos uns beijitos, uns namoriscos, uns amassos valentes tudo à socapa, mas tudo às escondidas. Quer dizer, ela para mim era como se fosse uma princesa que estava fechada num castelo de um tio malvado que lhe tinha roubado o reino e tinha posto uns dragões a guardá-la e tal. Mas eu ia soltá-la e casar com ela. Eu era assim dado a estas coisas e poemas e ideias, quando era novo, e ela encantava-se toda comigo por ser assim. E depois ela prometia que me fazia feliz quando a gente conseguisse fugir – e a gente esteve quase a fugir duas ou três vezes - e que era a mulher para mim e pronto, essas coisas todas de quando se é novo.

DMMM – Acha que foi o casamento que pôs fim a esse entusiasmo da juventude?

JPV Não sei, sotôr. Não sei... A princípio, depois de casados, a gente continuava na mesma como era nos tempos de namoro. Mas depois a coisa vai esmorecendo, não é? É normal. Já não é preciso andar a combinar coisas às escondidas nem a fazer planos para fugirmos os dois. Nem a dar uns beijitos rápidos e uns apalpões à pressa. E ela atazanava-me muito, mostrava um bocadinho daqui, um bocadinho dali, esfregava aqui e além mas depois fugia, só para me atiçar. Havia muito aquela coisa de ter que ser às escondidas e de andarmos a comer o fruto proibido e tal. Mas depois de casar... não sei, já não era preciso andar assim a correr atrás dela, não é? Já a tinha comigo, todos os dias! E eu dou-lhe uma flor quando fazemos anos de casados. Um cravozinho vermelho, escolhido a dedo. O mais bonito que houver no mercado. Mas quer dizer, não pode ser sempre a toda a hora, não é? Também tenho direito a sentar-me um bocado a ver a bola; ou ir à tasca virar uns martelos com a malta, ou não? Eu sou um homem.

DMMM – Disse-me há pouco que a sua esposa lhe diz que qualquer dia se vê sem ela. Acha que o seu casamento pode estar em risco, que pode ficar sem a sua esposa?

JPV Nããããããããaã! Ela diz isso mas é só assim c’os nervos. Nãããã... Essas conversas é para picar, para me meter medo. Qual risco, qual carapuça! Nós casámos para toda a vida. E já agora, ela ia para onde? Ela tem aquele feitio especial mas é deixá-la acalmar um bocado que a coisa passa-lhe.

DMMM – Pelo que me diz, o Sr. José nota que existe alguma tensão e desconforto entre os dois! Conversarem em igualdade e com franqueza, sobre estas questões, não seria uma boa opção no sentido de restabelecer uma concórdia dentro do lar e chegarem a um patamar de entendimento mútuo?

JPV Não! Nós já falamos muito do que é preciso. Agora andar com paleios de telenovela. E eu já sei muito bem o que ela vai dizer: «Achas que eu duro para sempre! Atiras-me para cima as responsabilidades todas da casa! Julgas que uma flor um dia por ano é o suficiente para tapar o que não me ligas nos outros dias todos! Andas sempre na galderice e nas comezainas e agarrado à televisão a ver a bola mas para mim não há tempo!» e «Só vais dar pela minha falta quando já não me tiveres!». Uma pessoa também se cansa de estar sempre a ouvir remoer e repisar no mesmo. Eu também trabalho e muito! Não pode ser sempre a exigir, a exigir, a exigir. Um bocadinho de apoio também caía bem, não é? Já não somos miúdos novos e eu também tenho as minhas obrigações. Não posso deixar tudo só para andar com sua excelência ao colo a toda a hora. É melhor o sotôr não lhe andar a falar de conversarmos, que eu tenho dias que já nem a posso ouvir.

DMMM – Claro, estou a compreender. De qualquer maneira, parece-me que temos já o suficiente para podermos terminar por aqui e depois falarmos em conjunto, já a seguir*. Agradeço a franqueza e a abertura em falar comigo. Apesar de ser um profissional e estar obrigado por um código de ética rigoroso, compreendo perfeitamente que este tipo de assuntos são muito delicados de expôr perante um estranho que, apesar de tudo, eu sou.

JPV Eu é agradeço ao sotôr por andar a aturar esta paranóia da minha Maria. Gabo-lhe a paciência mas acredite que não lhe invejo a sorte. Passar o dia a ouvir estas coisas não há-de ser pêra muito doce, mas sempre tem uma ideia do que eu passo.









*A avaliação do Dr. MMM encontra-se muito sumariamente esquematizada em dois pontos essenciais na introdução, não se indo mais longe por questões deontológicas e de privacidade que os leitores naturalmente compreendem.

2 comentários:

Teté disse...

É, MOYLITO, essa equiparação, mesmo que exagerada, não deixa de ser verdadeira. Há qualquer coisa que se acha tão nossa e tão normal estar no nosso dia a dia, que nem se percebe que um dia se pode perder... :)

Tudo tem de ser "regado", para dar bons frutos. A democracia, como o casamento e até a amizade... :D

Moyle disse...

Teté,

é bem verdade o que dizes, mas de qualquer modo este texto não correu grande coisa. Um dia reescrevo :)